terça-feira, 1 de abril de 2008

Todos nós os conhecemos, sabemos como são, como se vestem, como agem e seus propósitos: sugar o sangue de suas vítimas, pois só assim sobrevivem. Esses são os vampiros dos filmes, seres errantes de capa preta e grandes dentes, ávidos por sangue, que andam pelas sombras em busca de suas vítimas. Mas existe um tipo de vampiro que convivemos diariamente - os vampiros de energia. Eles podem ser nosso irmão, marido ou esposa, empregado, amigo, vizinho, gerente do banco, ou seja, qualquer um do nosso convívio. Eles roubam energia vital, comum no universo, mas que eles não conseguem receber. Mas, afinal, por que estas pessoas sugam nossa energia? Bem, em primeiro lugar a maioria dos vampiros de energia atua inconscientemente, sugando a energia sem saber o que estão fazendo. Isso acontece porque elas não conseguem absorver as energias das fontes naturais e ficam desequilibradas energeticamente. Quando essas pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), precisam encontrar outras fontes mais próximas, que nada mais são do que as pessoas ao redor. Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro da vida, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando vampiros da energia alheia. Como identificar e combater essas pessoas?

LITANIA DOS POBRES

Os miseráveis, os rotosSão as flores dos esgotos.
São espectros implacáveisOs rotos, os miseráveis.
São prantos negros de furnasCaladas, mudas, soturnas.
São os grandes visionáriosDos abismos tumultuários.
As sombras das sombras mortas,Cegos a tatear nas portas.
Procurando o céu, aflitosE varando o céu de gritos.
Faróis à noite apagadosPor ventos desesperados.
Inúteis, cansados braçosPedindo amor aos espaços.
Mãos inquietas, estendidasAo vão deserto das vidas.
Figuras que o Santo OfícioCondena a feroz suplício.
Arcas soltas ao nevoentoDilúvio do esquecimento.
Perdidas na correntezaDas culpas da natureza.
Ò pobres ! Soluços feitosDos pecados imperfeitos !
Arrancadas amarguras Do fundo das sepulturas.
Imagens dos deletériosImponderáveis mistérios.
Bandeiras rotas, sem nome,Das barricadas da fome.
Bandeiras estraçalhadasDas sangrentas barricadas.
Fantasmas vãos, sibilinosDa caverna dos destinos !
Ò pobres ! O vosso bandoÉ tremendo, é formidando !
Ele já marcha crescendo,O vosso bando tremendo...
Ele marcha por colinas,Por montes e por campinas.
Nos areais e nas serrasEm hostes como as de guerras.
Cerradas legiões estranhasA subir, descer montanhas.
Como avalanches terríveisEnchendo plagas incríveis.
Atravessa já os mares,Com aspectos singulares.
Perde-se além nas distânciasA caravana das ânsias.
Perde-se além na poeira,Das esferas na cegueira.
Vai enchendo o estranho mundo Com o seu soluçar profundo.
Como torres formidandasDe torturas miserandas.
E de tal forma no imensoMundo ele se torna denso.
E de tal forma se arrasta Por toda a região mais vasta.
E de tal forma um encanto Secreto vos veste tanto.
E de tal forma já cresceO bando, que em vós parece,
Ó pobres de ocultas chagasLá das longínquas plagas !
Parece que em vós há sonhoE o vosso bando é risonho.
Que através das rotas vestesTrazeis delícias celestes.
Que as vossas bocas, de um vinhoPrelibam todo o carinho...
Que os vossos olhos sombriosTrazem raros amavios.
Que as vossas almas trevosas Vêm cheias de odor das rosas.
De torpores, de indolênciasE graças e quintessências.
Que já livres de martírios Vêm festonadas de lírios.
Vêm nimbadas de magia,De morna melancolia !
Que essas flageladas almasReverdecem como palmas.
Balanceadas no letargoDos sopros que vêm do largo...
Radiantes de ilusionismos,Segredos, orientalismos.
Que como em águas de lagosBóiam nelas cisnes vagos...
Que essas cabeças errantesTrazem louros verdejantes.
E a languidez fugitiva De alguma esperança viva.
Que trazeis magos aspeitosE o vosso bando é de eleitos.
Que vestes a pompa ardenteDo velho sonho dolente.
Que por entre os estertoresSois uns belos sonhadores.

ALMA SOLITÁRIA

Ó alma doce e triste e palpitante !Que cítaras soluçam solitárias Pelas regiões longínquas, visionárias Do teu Sonho secreto e fascinante !
Quantas zonas de luz purificante,Quantos silêncios, quantas sombras váriasDe esferas imortais, imaginárias,Falam contigo, ó Alma cativante !
Que chama acende os teus faróis noturnosE veste os teus mistérios taciturnosDos esplendores do arco de aliança ?
Por que és assim, melancolicamente,Como um arcanjo infante, adolescente,Esquecido nos vales da esperança ?!

Meu anjo

Meu anjo tem o encanto, a maravilha,Da espontânea canção dos passarinhos;Tem os seios tão alvos, tão maciosComo o pêlo sedoso dos arminhos.
Triste de noite na janela a vejoE de seus lábios o gemido escuto.É leve a criatura vaporosaComo a froixa fumaça de um charuto.
Parece até que sobre a fronte angélicaUm anjo lhe depôs coroa e nimbo...Formosa a vejo assim entre meus sonhosMais bela no vapor do meu cachimbo.
como o vinho espanhol, um beijo delaEntorna ao sangue a luz do paraíso.Dá morte num desdém, num beijo vida,E celestes desmaios num sorrizo!
Mas quis a minha sina que seu peitoNão batesse por mim nem um minuto,E que ela fosse leviana e belaComo a leve fumaça de um charuto!
Adeus, meus sonhos!


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh'alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já não vejo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!
Quando o céu plúmbeo e baixo pesa como tampaSobre o espírito exposto aos tédios e aos açoites,E, ungindo toda a curva do horizonte, estampaUm dia mais escuro e triste do que as noites;
ca
Quando a terra se torna em calabouço horrendo,Onde a Esperança, qual morcego espavorido,As asas tímidas nos muros vai batendoE a cabeça roçando o teto apodrecido;
ca
Quando a chuva, a escorrer as tranças fugidias,Imita as grades de uma lúgubre cadeia,E a muda multidão das aranhas sombriasEstende em nosso cérebro uma espessa teia,
ca
Os sinos dobram, de repente, furibundosE lançam contra o céu um uivo horripilante,Como os espíritos sem pátria e vagabundosQue se põem a gemer com voz recalcitrante.
ca
¾ Sem musica ou tambor, desfila lentamenteEm minha alma uma esguia e fúnebre carreta;Chora a Esperança, e a Angústia, atroz e prepotente,Enterra-me no crânio uma bandeira preta.

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Estilo gótico - Wikipédia

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