sexta-feira, 27 de junho de 2008


Numa floresta gótica me viPerdida caminhando sob os arcosFormados pelos ramos arqueadosOnde não cantava o bem-te-viMas sim o cuco enervante, renitenteRessaltando pelo oposto o silenciosoE pesado imobilismo penumbrosoQue faria este cenário comovente.E então me perguntei quase nervosaA razão da interferência de um barulhoNessa imagem solene, majestosa.E a alma em mim, de que me orgulho,Pôs o dedo no meu lábio, carinhosaFazendo rrrrr....rrrr... como um arrulho.

"Há momentos na vida em que se deveria calar...e deixar que o silêncio falasse ao coração; Pois hásentimentos que a linguagem não expressa...e há emoções que as palavras não sabem traduzir..."

Venho de um lugar onde o sangue impera,onde o desespero reina,onde os sentidos enganam.Ouve-se o voraz ranger de dentes,vindo de almas perdidas,as quais seguem minhas ordens.Tente fugir, tente morrer!Antes, você vencia.Agora, eu quero te vencer, te pertencer.Aqui, você não tem poder...Vampiros vagando,fracos chorando,escuridão reinando.Presas vão e vem,outras, clamam por alguém.você é uma delas.Venho de um mundo distante,demônios governam, carne queima,servos trabalham, eu reino.Lágrimas evaporam, eu a procuro...é o que te espera.

Nascemos do caosde um delírios de corpos amando-se,misto de paixão, suor e prazer.Nascemos com a imensa necessidade de vidae o incontrolável desejo de morteque ronda os nossos passossombra negrae certeza de partir.Somos animais hipócritas vestidos de razão,ocultando nas nossas veias o sangue vermelho do instinto.Cai a minha máscarae sei que preciso viver a intensidade de cada desejo.Sentir sem medo de sentir,caminhar sem medo de errar,errar sem medo de acertar.A minha alma adormece...a chama daquilo que um dia poderia ter sido.A minha vida espreita o dia de poderexplodir em riso e festaaquilo que ainda guardo para viver.

Anne


Poderia ter sido qualquer umPoderia ter sido uma mulher ou um homemEla deve ter me apagadoMe Fez esquecer quem eu souPoderia ter sido alguémPoderia ter sido uma drogaDeve ter sido um pórrePara fazer-me esquecer quem era elaPoderia ter sido qualquer coisaPoderia ter sido o tempo que se esgotouTalvez muito tempo juntosTalvez desgastado demaisPoderia ter sido qualquer coisaEu poderia ter dito qualquer coisaBastava um olhar, eu poderia ter dadoBastava virar a cabeça (pra esquecer)Mas nós vamos conseguirDizer o que nós sabemosNós não lembraremos uns aos outrosNós vamos entrarDizer o que nós sabemosMas não teremos nenhuma lembrançaNão vamos nos reconhecerPoderia ter sido alguémQualquer situaçãoAlguém me fez duvidarAmpliando minha mentePoderia ter sido qualquer coisaQualquer gesto ou palavraTalvez algo necessarioAlgum mau entendido comigo Poderia ter sido qualquer coisaQualquer coisaO anel em torno de seu dedoPoderia ter sido qualquer coisaQualquer peça